Em criança, é o dia mais feliz
Mal adormeces, queres acordar
E quando acordas não queres mais adormecer.
Brincas, jogas e ris
Há alegria no ar
De manhã ao anoitecer.
Os doces enfeitiçam o olhar
Sopas secas, rabanadas e bolo-rei
E outras guloseimas de encantar.
Depois os presentes, a felicidade de tanto desejar
Oferecem-se, trocam-se, abrem-se como manda a lei
E a alegria sempre no ar.
Festa de família, como o mundo é uma festa
Festa da qual não queres sair
Que dure sempre esta festa sem igual.
Que continue até no pouco que resta
Só tens desejo de sentir
A magia tradicional.
Em adulto, os anos passam
Vida que foi correndo ao sabor do vento
E a memória faz da magia uma saudade.
Saudade onde os sentimentos avançam
Cada recordação, cada momento
E o tempo que te desafia como uma dura verdade.
Festas como antigamente já eram
Vives desamparado na ditadura da vida
Na solidão da noite e do frio.
Em ti os teus sonhos erram
A saudade tão sentida
No desenrolar da vida como um fio.
Sonhavas tanto, tanto se perdeu
Imagens que não esqueces
A vida é assim.
Da vida, a magia não morreu
Ficam as memórias que teces
Porque a saudade nunca tem fim.
E apesar do tempo que se vai perdendo
Da falta dos que estão longe e dos que já não estão
Do lento esvoaçar das memórias sem igual,
Sabes que a magia cada ano ainda vai acontecendo
Com nostalgia no coração e boa dose de razão
Para ainda ser e fazer da festa de criança, o dia de natal!
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