Tuesday, August 27, 2024

Pelo Douro e pelo Porto.

 






 

No rio passa o Rabelo, do Vale em viagem prazenteira 

Dum lado o Porto, de invicta seu cognome                                              

do outro Gaia, as terras que à pátria deram nome

Saúdam a chegada tranquila da zona vinhateira.


Do vinho aveludado faz-se a saudade

Campestre paisagem ao sol aquecida

Montanhas e vales em pintura sentida 

Que a erosão fez da beleza realidade.


O sol a iluminar o Douro viajante

Por entre escadarias de vinhas entre sonhos e magia

O comboio a fumegar em condizente companhia 

Por história, tradição em linha errante. 


Na chegada o Freixo, a São João por onde passa a férrea via

Projetada por homem com nome de monumento em Paris

A seguir a do Infante e a D. Luis,

Todas a receberem o Rabelo, mesmo a Maria que já não pia.


Dum lado as caves do outro a Ribeira

As caves que fama deram ao Douro reluzente 

A Ribeira que do rio fez património permanente

Sempre eterno em encanto primeira.


Da Ribeira pela casa do Infante

Pela rua das flores a nostalgia

A vivência histórica que o tempo cria

Até São Bento do comboio e o metro andante. 


Lá no alto Vímara saúda sua conquista

Cavaleiro erguendo o estandarte da vitória 

Ao lado a Sé carregada de história 

De lá Portugal até perder-se de vista. 


Do outro lado depois de São Bento 

Para la dos congregados

A liberdade e os imponentes Aliados

E lá em cima a Câmara imponente em todo o momento!


Subindo até aos Clérigos, cuja torre símbolo se tornou

Da cidade perdida em leituras e fotografias

Na Lello e no Centro Português em formosos dias

Que o escândalo de Camilo e Ana presenciou. 


Mais tarde subindo a Catarina

Um café no Majestic com história 

O Rivoli a acenar com muita memória 

Para os que passam, gente pobre, média e fina.


No Bolhão já se cantam os pregões

O mundo do comércio tradicional

Espelho de um certo Portugal

Cada vez mais só nos nossos corações. 


Indo para oeste, o palácio de Cristal

Só de nome pois de palácio nada tem

Já foi como o passado recorda bem

Belo até mesmo com esse nobre mineral. 


Mais para dentro a obra moderna

A casa que dá música e da Música se chama

O traço contemporâneo deu-lhe a merecida fama

Merecida onde música, arte não hiberna.


Ainda na arte Serralves e seu jardim

Museu de várias manifestações 

O mundo artístico das ilusões 

Num mundo artístico sem fim. 


Com esse jardim, o Oriental

O Alegre e o da Cidade

Outros pequenos porque merecem a perenidade 

Sem esquecer o do já referido Cristal.


Para lá da Arrábida, o caminho continuando

Pela Foz até ao Queijo não de leite

Passando pela Pérgola em silêncio deleite

Vendo o rio, o mar abraçando. 


Lá no fim sozinho o homem do leme

Guiando a barca portuense

Desde os primórdios de Portucalense

Até ao futuro que nunca teme.


Assim é a cidade, com história feita e por contar

A pedra impregnada de memórias 

O vinho a dar-lhe nome para lá das histórias 

Com sempre muito para ver e lembrar. 


O Rabelo, é a noite a adormecer,

Regressa la para o vale abraçado pela luz solar

Às caves diz adeus para regressar 

Fica o pôr-do-sol na silhueta citadina a escurecer.





    

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