No rio passa o Rabelo, do Vale em viagem prazenteira
Dum lado o Porto, de invicta seu cognome
do outro Gaia, as terras que à pátria deram nome
Saúdam a chegada tranquila da zona vinhateira.
Do vinho aveludado faz-se a saudade
Campestre paisagem ao sol aquecida
Montanhas e vales em pintura sentida
Que a erosão fez da beleza realidade.
O sol a iluminar o Douro viajante
Por entre escadarias de vinhas entre sonhos e magia
O comboio a fumegar em condizente companhia
Por história, tradição em linha errante.
Na chegada o Freixo, a São João por onde passa a férrea via
Projetada por homem com nome de monumento em Paris
A seguir a do Infante e a D. Luis,
Todas a receberem o Rabelo, mesmo a Maria que já não pia.
Dum lado as caves do outro a Ribeira
As caves que fama deram ao Douro reluzente
A Ribeira que do rio fez património permanente
Sempre eterno em encanto primeira.
Da Ribeira pela casa do Infante
Pela rua das flores a nostalgia
A vivência histórica que o tempo cria
Até São Bento do comboio e o metro andante.
Lá no alto Vímara saúda sua conquista
Cavaleiro erguendo o estandarte da vitória
Ao lado a Sé carregada de história
De lá Portugal até perder-se de vista.
Do outro lado depois de São Bento
Para la dos congregados
A liberdade e os imponentes Aliados
E lá em cima a Câmara imponente em todo o momento!
Subindo até aos Clérigos, cuja torre símbolo se tornou
Da cidade perdida em leituras e fotografias
Na Lello e no Centro Português em formosos dias
Que o escândalo de Camilo e Ana presenciou.
Mais tarde subindo a Catarina
Um café no Majestic com história
O Rivoli a acenar com muita memória
Para os que passam, gente pobre, média e fina.
No Bolhão já se cantam os pregões
O mundo do comércio tradicional
Espelho de um certo Portugal
Cada vez mais só nos nossos corações.
Indo para oeste, o palácio de Cristal
Só de nome pois de palácio nada tem
Já foi como o passado recorda bem
Belo até mesmo com esse nobre mineral.
Mais para dentro a obra moderna
A casa que dá música e da Música se chama
O traço contemporâneo deu-lhe a merecida fama
Merecida onde música, arte não hiberna.
Ainda na arte Serralves e seu jardim
Museu de várias manifestações
O mundo artístico das ilusões
Num mundo artístico sem fim.
Com esse jardim, o Oriental
O Alegre e o da Cidade
Outros pequenos porque merecem a perenidade
Sem esquecer o do já referido Cristal.
Para lá da Arrábida, o caminho continuando
Pela Foz até ao Queijo não de leite
Passando pela Pérgola em silêncio deleite
Vendo o rio, o mar abraçando.
Lá no fim sozinho o homem do leme
Guiando a barca portuense
Desde os primórdios de Portucalense
Até ao futuro que nunca teme.
Assim é a cidade, com história feita e por contar
A pedra impregnada de memórias
O vinho a dar-lhe nome para lá das histórias
Com sempre muito para ver e lembrar.
O Rabelo, é a noite a adormecer,
Regressa la para o vale abraçado pela luz solar
Às caves diz adeus para regressar
Fica o pôr-do-sol na silhueta citadina a escurecer.
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