Monday, August 26, 2024

Na janela.

 






 Na janela molhada, o som de sentimentos

As batidas cadenciadas a abrirem as portas da saudade

Passadas imagens, eternos momentos 

Que foram e são relíquias de felicidade. 


No céu cinzento de onde cai a chuva em nostalgia de outrora 

As cores apagadas, na rua antes os sorrisos de crianças

Aventuras duma história que no tempo se demora

Que no tempo restam as memórias das lembranças. 


Do inverno, os agasalhos em rua branca de branca neve

As manhãs frias, as mãos geladas e o vento irrequieto 

O chão molhado a fazer escorregar forte, por vezes ao de leve

As gargalhadas com as partidas do tempo incerto.


Na primavera o cantar das aves, a chegada das andorinhas

A abertura encantada de campos em quadros de flores

As crianças libertas em aventuras sozinhas

O desabrochar dos primeiros amores.


No verão, a rua império dos petizes

Barulho feliz que faz a vida correr de esperança

Sorrisos e brincadeiras, antídotos contra crises

A origem de eterna lembrança. 


Com o outono as folhas a anunciarem a partida

A rua deixa de ser palco animado

Ficam as imagens em eterna recordação vivida

Do eterno tempo recordado.


Lá fora cai a chuva devagar

Ao som de cada momento que já não volta

Do tempo em que se podia amar ou detestar

Sem provocar ilusão ou revolta!


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